Razões
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir.
Quando a noite é de mais é que acontece
A cor da primavera que há-de vir (José Saramago)
Sou flor decaída.
Beija-flor sem dono.
Em mim feridas.
Esse meu eu, meu triste eu.
Que por ti acelera coração
Faz tum tum. (e não é samba)
Faz tum tum.
Não sei se meu coração compõe,
Nem tampouco toque lira
Ou berre na corda da guitarra.
Só consigo ouvir a batida
E peito dói magoado.
Se há razões, sinceras razões,
Nesse modo psicótico de te amar
Levo em deriva meu amor poeta por ti.
E feito flor o vento sopra-me.
O beija-flor em mim é malmequer.
De resto, feridas.