EXÍLIO NA DISTÂNCIA

Não sou trânsfuga desse querer penetrante

Mas conheço as vestes que lhe revestem

Serei então autóctone desses instantes teus

Ou teu invisível e ininteligível apaixonado

No abismo de teu olhar o vazio em mim

Marcado pelo exílio dessa distância em ti

Tento extrair poesias de teu microcosmo

Mas perco-me nas rimas dessa flébil solidão

Em uma compulsão anímica de mim mesmo

Na transitoriedade de tudo o que não vejo

Antevejo as ressonâncias do que está á partir

Na fertilidade cósmica de teu celeste universo

E é lancinante o submergir de tuas cálidas águas

Onde teu infinito transborda em meu horizonte

No dilacerante prazer e desejo por tuas formas

Distingo tuas insignes composições socioculturais

Como se nos entorpecêssemos compulsoriamente

E não notássemos a rachadura indefectível desse elo

Como um pequeno vazamento a romper gigantesco dique

Pois gregários são os espíritos livres de tudo o que inexiste

Pelo pressuposto que tudo que existe mantém em si algo de real

Não tenho direito a monopólio ou privilegio de tua essência

Mas caio no despenhadeiro desse desespero incansável

Onde mergulho no limbo do viver que é viver sem ter você

Pois cada molécula de meu ser nada é sem tua plena existência

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 11/04/2012
Código do texto: T3606132
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