Nostalgia...


Aqui chora o tempo moderno e ermo...
Nem animais querem ferir a fera homem...
As mulheres rezam silenciosas preces,
Bordam pequenos cantos nos mudos lábios...
O vento sacode o tempo e tudo intumesce.
Há dores nos lares quietos e silentes, que mentem;
Mentem ardentes triunfos, fagueiras aventuras,
Mentem amores quentes, amores latentes,
Infância queixosa ou adolescência arteira...
Ai que o tempo moderno explora o desgosto,
O gosto de abril, num outono vagaroso.
Ai tempo gritante de mentiras e abusos...
Ai tempo de abril, em outono choroso e frio.
Ai! Faço parte desse tempo, dessas mentiras,
Faço parte dessa angústia, dos desgostos
Dos meses de proteção e de desamparo...
Ai que faço parte desse tempo inculto e severo!
Ai que quero me desvencilhar do choro secreto.
Ai que quero dizer que sou eu mesmo que falo...
Não sou fantoche, nem fantasia, nem folia...
Sou eu...
Eu que não quero perder meu tempo nesse tempo.




Imagem: Google
MVA
Enviado por MVA em 09/04/2012
Reeditado em 09/04/2012
Código do texto: T3602926
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