Eu e minhas imperfeições...
Eu nunca fui alguém perfeito...
Não eu nunca fui perfeito...
Não, eu nunca fui alguém perfeito...
Não, eu nunca fui perfeito...
E não, eu nunca fui sequer alguém...
Tratado sempre como coisa eu fui...
Sim, porque eu sempre tive muitos defeitos...
Ah, eu sempre fui tão imperfeito!
Tão imperfeito que nunca sequer pude ver minhas qualidades...
Sempre vi apenas meus defeitos e imperfeições...
Não, eu nunca olhei para as coisas boas dentro de mim...
E não, eu nunca fui tratado como alguém com defeitos e qualidades...
Sempre me viram pelas minhas imperfeições...
Não, não, nunca viram minhas qualidades...
Porque me trataram sempre como coisa...
E não, nunca me viram como pessoa: alguém com defeitos e qualidades.
Ah, por que eu nunca me vi como pessoa?
Por que? Por que eu nunca me vi como alguém, alguém com defeitos e qualidades?
Por que assim como as outras pessoas, eu só olhei para meus defeitos e imperfeições?
Deus, como dói o olhar dos outros sobre si mesmo!
Mas, Deus, dói ainda mais o olhar que a gente tem sobre a gente mesmo!
Ah, mas eu aprendi...
Eu aprendi, que não importa o olhar dos outros sobre mim...
Porque o importante, é o meu olhar, o meu olhar sobre mim mesmo.
E, hoje eu sei, eu sei...
Sei, que sou alguém cheio de defeitos e qualidades: alguém com perfeições e imperfeições...
E não importa o quanto digam o contrário...
E não, não importa o quanto a vida queira me tratar como coisa...
Porque hoje, eu sei, eu sei que sou alguém: não, uma coisa, mas alguém, simplesmente um alguém, com meus defeitos e qualidades...
Alguém perdido...
Alguém tentando encontrar paz e, assim, quem sabe da dor se salvar...
Porque sim, por mais que o mundo diga que não, hoje eu sei, sei que sou alguém...
Alguém perdido nas trevas de um mundo sem coração, tentando insistentemente tentando encontrar luz...
Porque pode não haver luz, onde o preconceito e a discriminação das pessoas plantaram sua maldade e sua injustiça; mas sempre haverá esperança no coração daqueles que sofrem, sempre.
E aqui na minha luta cruél e insana por sobrevivência...
Aqui onde palavras de consolo já não me atingem, pois de nada podem me servir...
Aqui onde só a solidão e as marcas da injustiça permanecem...
Ainda assim, ainda haverá de haver, aqui: sim, aqui, dentro de mim, sempre haverá de haver, apenas um pouquinho, um pouquinho apenas de esperança.
Esperança essa, que haverá de me dar força, para que um dia ,eu possa pintar um céu mais azul para minha existência, e assim, quem sabe eu possa me livrar de vez dessa imensa tristeza, que tanto corta minha alma e meu coração.