A PONTE

Eu teria fugido se pudesse

Há eu teria fugido

Minha vida e como estar cego e correr na mata

A dança zombeteira dos erros voltando pra mim

Cheguei a um ponto de insensibilidade a beleza

A minha volta a natureza canta e ruge

Desabrocha e cresce

Mas eu nada vejo

Ignoro o verde intenso com que me cerca a mata

E as pedras polidas que cobrem as trilhas que já tantas vezes passei

Não vejo mais a beleza das aves

E não ouso a melodia das chuvas

Eu vejo a ponte que leva ao outro lado

A passagem que conduz ao novo

Caminho sobre ela dolorido molhando as tabuas com minhas lagrimas

Nem toda a mudança é bem vinda

Nem toda a memória e boa

Nem toda a fuga e possível.