MOBILIA MUDA
Tantos rostos
Todas as faces do mundo
E meu medo rola na lagrima escondida no escuro
Oh Deus que e feito de mim?
Sinto o vazio de novo senhor
Seus braços frios
Os dedos de caveira gélida me alcançando
Pensei que não seria mais assim
Quanta ilusão
Eu tolamente julgando-me livre
Não e que eu não soubesse a verdade
Só fazia ignora La
O passado não dorme
Tal qual besta maldita ele ressona apenas
E acorda furioso
A dor me alcansou de novo
Bem quando eu já havia esquecido das fugas
A felicidade estava apenas a bafejar-me o rosto e eu a julgava minha
Há quanta ingenuidade
Ouço o mundo gritar pra mim nas ruas
Posso ouvir a canção histérica da solidão
Nada mudou
Por aqui tudo e como antes
Tudo como já fora
Mas estou vivo
Pouco mais que uma carcaça e verdade
Mas vivo
Um coração vazio batendo no peito
Como marteladas contra o amor perdido
A felicidade de mentira
Tão longa ainda é minha espera
Trago nos olhos disfarçados tanto horror
Todo o medo de aguardar o nada
E se o amor não vier?
Toda uma busca infrutífera
Uma vida desperdiçada
Não me restam mais saídas
A não ser a fuga da qual não se volta
A não ser o derradeiro abraço da senhora da foice e do capuz
Não e encontra La que temo
Mas sim beija La sozinho
Ter estado só nos últimos momentos
Apartado do maior tesouro do mundo
Esta chama eterna chamada amor
Sinto as lagrimas de novo rebeldes como torrentes
Que seja então
Se é o que me resta
Se é a elas que per tenso
Só a mobília muda testemunha minhas lagrimas
Tão cansado
Cansado demais
Eu choro.