Entre sepulturas...
Por entre covas despeças andei
Vendo nomes e rostos inconstantes
Olhando flores de mãos artífices
Silvando o pensamento que cantei
Que num pulsar de poucos instantes
Chegando aos seus estranhos ápices
Vi pessoas antigas, duma era passada
Que desde antes tinham em vidas suas
A vivência que de alegrias em si aplainavam
Mas que na morte, em feroz e intensa caçada
Deixo-os sem perspectivas às sombras nuas
De meras e sutis lembranças nos deixavam
Agora dormem entre silenciosas pedras
Que quietas aglomeram e se incendeiam
Trajadas com flores secas pelo tempo
Que ao mero balançar do forte vento
Dissolvem-se como o mero nada, harpeiam,
O que no vento se fez ouvir desde as eras
Vem em minha mente algo terrível
Que nem o mais puro amor sensível
Nos livrará do mesmo e cruel destino
Que na morte nos espera o respingo
Da vida que agora nos resta a aproveitar
O dia sobrevirá à morte a nos espreitar...