Aproximei-me dos velhinhos pinheiros. Toquei o tronco de um - queimado, seco, áspero - e ficamos assim, juntos, por largos momentos, em silêncio. Olhei em volta e uma lágrima desceu pela minha face quando vi outras árvores e arbustos, fantasmas dos troncos e galhos cheios de seiva que foram outrora. Por todo lado tições enegreciam a paisagem. Senti profunda desolação em meio a decadência da paisagem. Os vestígios dos incêndios do último verão eram ainda bastante visíveis. Matas de eucaliptos, sobreiros e pinheiros, olivais, vinhedos e pomares ardem todos os anos, vítimas da seca e da maldade do homem. Depois de um inverno inteiro sem chover, a primavera continua sem ver uns pingos do precioso e vital líquido.
Aqui a primavera não é apenas sinônimo de flores, aromas e cores. A seca é um dos graves problemas que Portugal enfrenta. Os incêndios que todos os anos desvastam o território durante a estiagem, normalmente têm início no mês de junho, mas os mesmos já se fizeram sentir nos últimos dias, no norte do país, onde a calamidade da seca se faz mais presente. O volume das reservas de água, criadora de energia elétrica, é cada vez mais reduzido. Foi necessário encontrar outras alternativas, capazes de gerar essa energia tão imprescindível à vida do homem atual. No alto das montanhas e das serras um sem fim de gigantescos postes movem suas enormes hélices, silenciosamente, ao sabor do vento, convertendo a energia eólica em energia elétrica.
Abraçando o tronco reparei que, apesar de tudo, em cada recanto a primavera se faz presente. Não canso de admirar sua beleza multifacetada. No silêncio da mata, por entre fragas de granito, de xisto e de quartzo e troncos queimados, pequenos tufos de vida parecem querer espreitar e saudar o sol. E do meio de cada árvore e por entre as coloridas pétalas das flores, parecem sair vozes amigas: abelhas, borboletas, grilos, rouxinóis, melros, cucos, pardais, andorinhas, vento… Consigo distinguir cada uma delas. Entendo agora como a pressa do dia-a-dia não permite que possamos escutá-las e admirá-las…
Aqui a primavera não é apenas sinônimo de flores, aromas e cores. A seca é um dos graves problemas que Portugal enfrenta. Os incêndios que todos os anos desvastam o território durante a estiagem, normalmente têm início no mês de junho, mas os mesmos já se fizeram sentir nos últimos dias, no norte do país, onde a calamidade da seca se faz mais presente. O volume das reservas de água, criadora de energia elétrica, é cada vez mais reduzido. Foi necessário encontrar outras alternativas, capazes de gerar essa energia tão imprescindível à vida do homem atual. No alto das montanhas e das serras um sem fim de gigantescos postes movem suas enormes hélices, silenciosamente, ao sabor do vento, convertendo a energia eólica em energia elétrica.
Abraçando o tronco reparei que, apesar de tudo, em cada recanto a primavera se faz presente. Não canso de admirar sua beleza multifacetada. No silêncio da mata, por entre fragas de granito, de xisto e de quartzo e troncos queimados, pequenos tufos de vida parecem querer espreitar e saudar o sol. E do meio de cada árvore e por entre as coloridas pétalas das flores, parecem sair vozes amigas: abelhas, borboletas, grilos, rouxinóis, melros, cucos, pardais, andorinhas, vento… Consigo distinguir cada uma delas. Entendo agora como a pressa do dia-a-dia não permite que possamos escutá-las e admirá-las…
REFLEXOS DE LUZ
Nas pétalas de cada flor,
Reflexos de luz bendita,
É bom sentir este amor
Que a natureza inda grita!
Ana Flor do Lácio
Nas pétalas de cada flor,
Reflexos de luz bendita,
É bom sentir este amor
Que a natureza inda grita!
Ana Flor do Lácio