Chuá
 
 
 
 

Uma cachoeira, como o desejo, pode se lançar extenuante ao seu final
Ou, como o amor, pode necessitar de três tombos antes de magoar 
De longe, aquelas águas, são coisas belas,
E, juntando com o canto dos pássaros, ruídos silvestres, pequenos animais,
Submete-se, em lágrimas, a alma ao que não se sentirá jamais!
 
É no silêncio que o amor se desfaz.
Silencio dos rios sem o arrepio de seu braços 
Raios de sol despencando e querendo reluzir
Com a mesma aflição das águas querendo seu corpo seduzir
E pedras se amontoando, banhando seus risos inteiriços  a rolar...
 
E a cada queda que se ouça o canto !...
A primeira dor a demonstrar insegurança que há naquele olhar...
Águas ainda fracas caindo, arrastando olhos atrevidos que por ali ficavam.
 
A segunda queda do amor despenca por encostas,
Arrasta consigo a dor  do medo , a proteção, o respeito
Até parar na superfície de um lago onde  se confunda amor e desejo no artificio entre seus beijos,
 
A terceira queda repõe o silencio
Mágoa e dor ...Areia e fundo macio e  branco para tocar teus segredos
Destino  que esconde o amor , rio que retoma o curso...
 
No amor, as lágrimas que choro entendem as cachoeiras.
Para não dizer o quanto vivo te deixando seguem teu rumo 
Caem em pequenos tombos, levando o que de nós ainda insiste por lembrar...
Canto triste das matas, rios e de uma cachoeira abraçando seu final :  dor que até  do adeus é superficial..



Carmem Teresa Elias e De Magela
( versão 2)

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Carmem Teresa Elias e De Magela
Enviado por Carmem Teresa Elias em 03/04/2012
Código do texto: T3591940
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