MELANCOLIA
A melodia ecoou no ar
(como num ensaio que viesse após),
e deixei-me verter lágrimas
tangidas no fio da saudade.
Era tanta vida, e cheguei a supor
uma sinfonia atroz.
Precisei, em meu juramento,
jurar com a força da voz:
sempre viver de amor,
nunca morrer de amar.
Entretanto, quando eu me for
do mundo para nenhum lugar,
e essa música enfim
vier em minúncias tocar,
não a desligue por nós;
cante-a íntimo, baixinho,
quase como o último carinho,
recital recomendado só para mim.
A melodia ecoou no ar
(como num ensaio que viesse após),
e deixei-me verter lágrimas
tangidas no fio da saudade.
Era tanta vida, e cheguei a supor
uma sinfonia atroz.
Precisei, em meu juramento,
jurar com a força da voz:
sempre viver de amor,
nunca morrer de amar.
Entretanto, quando eu me for
do mundo para nenhum lugar,
e essa música enfim
vier em minúncias tocar,
não a desligue por nós;
cante-a íntimo, baixinho,
quase como o último carinho,
recital recomendado só para mim.