Essa dor...
Arde em silêncio, enormes chagas abertas num coração partido em carne viva.
Minha carne em brasas arde no martírio de uma vida massacrada pelo fel de um mundo pulguento feito cão vira-lata.
Puz saindo de minha ferida aberta em minha carne viva.
Sofreguidão na alma tingida de vermelho sangue.
Pois, que minha alma dolorida já nada mais fala.
E minha dor... minha dor jaz no silêncio do chão frio desse mundo sem coração.
Não, não há salvação.
Minha dor inunda meu coração.
Essa dor que me empurra...
Sim, minha dor me empurra para a solidão.
Ah, essa dor que me empurra para a escuridão...
Ah, essa dor, essa dor que jamais saiu, nem sairá de minha alma e de meu coração.
Sim, essa dor que me lança para sempre à escuridão da mais fria e pérfida solidão.