Eleonora está só
O seu olhar se distancia cada vez mais da realidade em que vive
Os lábios menos carnudos
Não falam mais de amor, nem sorriem para a vida
A s mãos trêmulas escorregam pelos cabelos ralos sem gestos de vaidade
Esqueceu o que é ser coquete
Eleonora está só...
Os traços fisiônômicos transformaram-se com a dor da solidão
Perderam a beleza e o encanto de princesa de conto de fadas
Eleonora está só...
O corpo lânguido não há de poder dançar a valsa, o samba nem mesmo o bolero que fala de amores perdidos.
Mas as lembranças enroscam-se em seu eu abatido como se pedisse mais chance para a vida.
Eleonora está só...
Aprrendeu da vida o tempo que lhe resta, sem cobrar-lhe justificativas de seu desencanto, de sua solidão.