Um céu sem nuvens

Nunca o vira tão limpo...

Tão belo quanto na noite de hoje.

O céu escureceu triste...

Assim como a escuridão que aflora em meu peito.

Caiu e com ele, meus olhos deitaram;

Fecharam ao mundo.

Acho que não existo...

Perco mais tempo tentando encontrar tempo...

Tentando me perder,

Mas isso tornou-se impossível.

Agora fico vagando com meus pensamentos soltos;

Descobertos de mim,

Envoltos num medo que entontece, me deixa assim.

Solitário, vejo meu caminho destruído!

É um borrão de tinta feito num papel velho;

Num papel em que registrei minha vida,

Mas que rasguei por achar que fiz tudo errado.

Tudo deixou-se tão quieto

E eu me aquietei; acomodei-me a mim...

Hoje, nesse marasmo sem fim, quero sumir!

Quero apenas descobrir um pouco do que me cobre;

Tirar essa capa nobre:

Angústia que repousa em minha alma

E toma meu coração a cada segundo;

Angústia que me tira o mundo

Onde inexisto e desisto de mim.

Mas hoje... O céu me pede cansaço!

Desenlace de laços feitos no seio de uma amizade;

Deu uma verdade solidificada,

Guardada no âmago de um peito esfaqueado.