Hoje fechei a porta da rua.
Em mim não há Sol nem Lua,
Só a vida nua e crua
Surrando meu ser.
Hoje não é dia de ver milagres
Bebo a taça de fel e vinagre
Sim,sorvo essa acidez!
Estou só com meu silêncio
Meu abismo momento
Pedaço mau desse viver.
Estou, pois sou apenas brisa
Sou uma exalação e o chão me pisa
Cerca-me um abismo profundo.
O outono escurecendo meu mundo
Esfriando meu ossos
Quem dera a vida fosse um poço...
Ou um vale de profundos sulcos
Para eu neles mergulhar
E a vida ali hibernar.
Indefinida mente a minha
Sensação de estar sozinha
Nesse vale de lágrimas que não choro.
Quem dera eu chorasse!
E as lágrimas lavariam a alma
Devolveriam a calma.
Mas lágrimas não tenho
E a pedir venho
Vida, seja lágrima,então!