O som
Som ínfimo que toca, desperta,
Tira da desatenção do mundo a reação inesperada,
Dispara os corações,
Faz renascer a saudade tocando a tristeza,
Ora lentidão, ora destreza,
Parindo emoções vindas da dor.
Os insucessos acumulados em estado de turgidez
que se espalha pelo corpo.
É mínimo o ser tocado pelo som, ínfimo...
Que traz consigo a brutalidade e rigidez.
Desperta...desperta a saudade,
Naquele momento de insanidade,
Em que viver deixou de ser realidade,
O corpo não mais se sente presente,
Num vazio existente, difuso,
Estridente.
É só, desamparado,
Com gestos espasmódicos que quebram a paralisia.
Os músculos de fibras enferrujadas,
Os ossos raquíticos, pouco estimulados,
Em posição fetal se reconforta,
Olhando lá fora a flor que desabrocha
E cá dentro chama a morte pra levá-lo embora.
Som ínfimo que desperta.
Qual seria?
Qual seria o som da morte?
Foi deixado dessa vez. No silêncio.
Tatiana Dalat 20/03/2012