DESPETALAR

Sempre acabam as pétalas das flores antes do fim....

Flor essa que é mais bela, que vale inúmeros desertos percorrer...

E a amo mais quando nado um mar para lhe colher...

Flores, sempre estrago as flores antes do fim...

Tenho ciúmes do vento que te toca, mesmo perto de mim

Ciúmes do sol que te esquenta, mesmo que eu não queira assim

E dos pássaros que escolhem uma musica para ti...

Flores, sempre estrago as flores antes do fim...

Perco os passos, o jeito e os espaços

E teu jeito, tão terno...singelo e belo...

Atraem outros que não omissos gritam a ti...

“Que olhos lindos”...

E te tocam...

Te cheiram...

Meu suor ferve,

E me despetalo,

Perco minha prosa,

Me calo...

E me questiona quando não falo...

Flores, sempre estrago as flores antes do fim...

Me deparo no espelho olhando pra mim...

Olhos comuns...Sendo apenas um...

Lutando contra o mundo.Meu mundo...Numa guerra sem final...

Meu bem me quer tende acabar na parte do mau...

Te perco entre meus dedos, te despetalo...

Seu sussurro...Os olhares...Um disparo

É impossível te prender em um vaso pintado e feito pra mim,

Uma música leve toca e lagrimas me regam...

Poderia não ser assim?

Mais você flor continua intacta...Não ouso mais te tocar...

Sou menos que isso, meus dedos tremem, não sei mais de mim...

Melhor....Sou assim,

Me desencontro,

Me atrapalho,

Perco meu eixo e meu fim

Pois sempre,

Sempre estrago as flores antes do fim...