O massacre da dor.
Ninguém entende minha dor.
Ninguém entende a própria dor.
Sentir sozinho: viver sozinho a minha dor.
Sentir sozinho num mundo em desalinho: perdido como um passarinho sem asas fora do ninho.
Porque a onde eu for sempre estarei sozinho.
Sou um risco de um rabisco de uma folha de papel atirada ao vento.
Lágrimas: larvas ferventes que saem de meus olhos e de meu coração.
Fermento ácido é a solidão que corta a minha carne, meu irmão.
Você pode até dizer palavras doces de consolo, mas nunca vai alcançar minha alma.
E pode ter a certeza de que minha alma nunca alcançará suas palavras.
Porque do abismo em que minha alma foi lançada nada sinto, nada vejo: além do sangue escorrendo de minhas dolorosas e massacrantes feridas.
Dor e puz num sangramento infinito: assim é a minha dor, sim, assim é a minha, a minha dolorosa e massacrante dor.