TEMPO TEMPESTIVO

Saudosista torna-me ante a invulnerabilidade do tempo

E imponderáveis são os motivos que tens em teu particular

Não tenho verdades em si mesmas tão incomensuráveis

E parece que só eu percebo aumentar o abismo temporal

Mas em tua correria diária parece não notar esse porvir

Talvez isso seja uma maneira de saber do crisol dessa união

Nas cicatrizes indelevelmente já marcadas por esse querer

Mas não posso transubstanciar tua realidade inconteste

E hoje não posso malgastar um único segundo de contigo

Por força das armadilhas engendradas pela mortal ausência

Sob a égide da solidão em que me encontro nesse limbo vil

Na premência das coisas das quais não temos o controle

Não sei o que o tempo ainda ira plasmar ou desconstruir

Ou através do arquétipo desse sentimento consubstanciado

Tateio os anelos que configuram toda essa saga impostergável

E respeito tua transcendência sobre esses momentos de celeumas

No luzimento adornado por meus medos e receios do perder-te

Percorro a trilha desses heterogêneos ingredientes que entorpecem

Sei não serem incólumes as agruras que o destino sutilmente reserva-me

Sigo sob o desígnio do signo das panacéias e teias invisíveis a extirpar

Pela magnitude de tua presença sempre constante mesmo assim distante