MINEIRICES...

Para trem

de doer

de incomodar meu não querer...

Não para trem

de me fazer crescer

porque preciso.

Para trem de me dizer que

tem coisas horríveis pra ver,

tem cheiros estragados pra sentir

e gosto azedo pra digerir.

Não para trem de apitar

Que tem porta pra fechar e outras tantas pra abrir.

tem janelas pra saltar

e outras pra ver o porvir.

Que tem paredes pra pintar e muitas a construir...

Para trem de esfumaçar

Que tem gentes pra desconfiar

E poucas pra sentir...

Que tem amores a fantasiar

E poucos pra serzir.

Que tem "meninices" a preservar

enquanto outras, devem sumir...

Então para, não-para trem

de balançar meu querer-não-querer...

De trepidar meu viver, que é simples e previsível,

como as onze horas do jardim da infância na roça.

Para trem, deixa-me descer,

ser o que sou, sem medo de me perder

nas abastanças maldosas de mundo vil.

Para ! Deixa-me descer,

porque hoje só quero pegar meu sorvete de coco e lambuzar-me no seu derreter...

Piuiiiiii!!!!

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 19/03/2012
Reeditado em 19/03/2012
Código do texto: T3563174
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