"Pobre Louro sem espaço"
Senti uma amargura fisgante
Fisgou meu peito como anzol
Ao ver criatura tão sombria
Numa tristeza que causava dó
Amplo olhar perdido no vazio
Apenas via um pedido de socorro
Como ver em estado tão confuso
A liberdade que lhe tirada foi
O seu olhar me causa muita magoa
Pois o ser livre é tudo que merece
Muito apertado o lugar em que estava
Poucos centímetros não lhe sobrava espaço
Talvez a dor que sente bem visível
Poderia despertar a compaixão
Melhor conforto se não lhe der a liberdade
Melhor amor, carinho e compreensão
O meu desejo seria ajudá-lo
Mas como poderia assim fazê-lo?
Livrá-lo da cadeia é possível?
Tira-lo de tão funda depressão
Suas asas abertas no calor insuportável
Olha ao longe procurando uma saída
Vê apenas pessoas caminhando
Sem notar sequer sua presença
Se trata de uma ave tão pequena
Com penas verdes uma mancha alaranjada
Presa na gaiola de um canário
Tão pequena, sem espaço, sem querer
Louro, um papagaio tão tristonho
Que minha vida de tristeza preencheu
Como posso ajudá-lo pequenino
Se o seu ser a mim não pertenceu.
PS. Não maltrate os animais, são seres vivos com sentimentos
e necessidades. Vi este papagaio em uma gaiola tão pequena
que não tinha espaço para que ele se movimentasse, muito
calor pobrezinho que suas asas estavam abertas e caídas.
Marlene Luiz
15/02/2012