VERSOS CABÍVEIS EM CORES
Juliana Valis
Sim, tudo cabe na cor dos versos
Desde a tristeza cinza das favelas
Até o êxtase azul dos mares mais dispersos,
Como abismo entre tantas e vis querelas,
Tudo cabe em versos...
Sim, tudo cabe em mim,
Os sorrisos amarelos nas filas dos bancos,
Os rastros vermelhos das balas perdidas,
As névoas opacas da injustiça humana,
O tom marrom da lama da corrupção,
Tudo cabe nesta triste face de mim,
Pois não é máquina esse coração
Que chora, canta e se derrama, assim,
Naufragando, apenas, nos sonhos que vêm e vão...
Sim, tudo cabe em mim,
Os átimos cinzentos da poluição,
As frustrações vermelhas nos hospitais perdidos,
Os palavrões opacos nos engarrafamentos trôpegos,
As dores rosas das flores atômicas,
As pétalas translúcidas da luzidez que falta,
Os risos transgênicos das laranjas mecânicas,
Céus, por que tudo tem que ser assim ?
Céus, tudo cabe em mim,
As chuvas ácidas de azul ausente,
As dores sempre sós em verde e amarelo,
Os textos brancos de Jung sobre o inconsciente,
As palavras de Guevara em vermelho avante,
A revolta parda contra a injutiça, estúpida,
Os passados réquiens de um futuro adiante,
As cores dos quadros surrealistas, cubistas e abstratos,
Tudo cabe no verso mais gritante,
Como este universo que vaga sempre assim,
Perdido entre tudo que se faz de errante,
Céus, tudo naufraga em mim !
----
Quadro de Henri Matisse
www.julianavalis.prosaeverso.net
Juliana Valis
Sim, tudo cabe na cor dos versos
Desde a tristeza cinza das favelas
Até o êxtase azul dos mares mais dispersos,
Como abismo entre tantas e vis querelas,
Tudo cabe em versos...
Sim, tudo cabe em mim,
Os sorrisos amarelos nas filas dos bancos,
Os rastros vermelhos das balas perdidas,
As névoas opacas da injustiça humana,
O tom marrom da lama da corrupção,
Tudo cabe nesta triste face de mim,
Pois não é máquina esse coração
Que chora, canta e se derrama, assim,
Naufragando, apenas, nos sonhos que vêm e vão...
Sim, tudo cabe em mim,
Os átimos cinzentos da poluição,
As frustrações vermelhas nos hospitais perdidos,
Os palavrões opacos nos engarrafamentos trôpegos,
As dores rosas das flores atômicas,
As pétalas translúcidas da luzidez que falta,
Os risos transgênicos das laranjas mecânicas,
Céus, por que tudo tem que ser assim ?
Céus, tudo cabe em mim,
As chuvas ácidas de azul ausente,
As dores sempre sós em verde e amarelo,
Os textos brancos de Jung sobre o inconsciente,
As palavras de Guevara em vermelho avante,
A revolta parda contra a injutiça, estúpida,
Os passados réquiens de um futuro adiante,
As cores dos quadros surrealistas, cubistas e abstratos,
Tudo cabe no verso mais gritante,
Como este universo que vaga sempre assim,
Perdido entre tudo que se faz de errante,
Céus, tudo naufraga em mim !
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Quadro de Henri Matisse
www.julianavalis.prosaeverso.net