Eu a vejo

Ontem eu a vi

Divagando com taças de vinho

Só o álcool como conselheiro

As coisas não estão tão ruins assim garota

Às vezes vejo você na roleta russa

Tentando adivinhar onde esta a bala

E quem será o próximo?

Não devia ser assim

Não precisava

Você já da sinais de cansaço

Perdida entre a conversa e a cerveja

Absorta em fumaça de maconha

E um mundo idiota

E eu a vejo voltando na madrugada

Andar trôpego a boca borrada dos beijos

Da noite

Às vezes desgastada das trepadas

E diz chorando ao espelho que esta foi

Uma noite vazia

Sem perceber que assim (vazias)

Foram todas as outras

Eu a vejo repetindo isto ate o fim da vida

Não se diverte, mas ri nervosa.

Negando que dói

Achando que passa com uísque

Eu a vejo roubando prateleiras nos supermercados

Só pelo prazer ou pela fama

Sua turma fazendo barulho dentro de um carro

Você achando que tudo e perfeito

Eu a vejo chorando no escuro do quarto

E sempre assim quando você desperta

E tudo ainda esta La

Eu a vejo nos braços de um cara

Ontem era outro

Quantos serão ate o fim da semana?

Quando e que você vai encontrar o que procura?

Será que sabe ao menos o que é?

Eu a vejo nua no Box do chuveiro

Sentindo a água cair

Levando consigo os dias passados

Eu a vejo com rasgos nos pulsos

Água tingida de escarlate levando sua vida para o ralo

Eu a vi desistir naquele dia

E chorei de tristeza

Agora caminho sozinho nas ruas

Não a vejo mais.

JANNUS LOBO
Enviado por JANNUS LOBO em 03/03/2012
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