É tão minha essa tristeza
E tão triste e minha como só minha tristeza pode ser
E mais triste do que ser triste é ser triste e ser só...

É como a vida que caminha para a morte
Depois de ter surgido das trevas
Gerada em meio a gritos lancinantes
Dor e prazer sensações concomitantes
Como se a luz fosse tudo e tudo fosse poesia
Como se o silêncio fosse nada, a morte da palavra...

E a tristeza é este silêncio que aprendi a fazer

Tantas dessas palavras! Tantas e tão inúteis!
Palavras que dizem tanto e nem te tocam o coração
Que dizem tanto de tanta coisa que tão pouco importa
Porque parecem dizer sempre tão pouco do tudo de mim...

E é na pior hora que estamos ainda mais sós...

E é este silêncio que me tortura tanto
O incontido pranto do que tem de doer
Do que dói como tem que ser toda dor amor
Quando a dor é o próprio canto amor desencanto
De quem não se encanta e nem canta mais
Como tinha sido há tanto tempo atrás

O olhar perdido na imensidão sabe
Sabe que logo ali mesmo num próximo passo
Num pedaço da gente onde nenhuma ilusão cabe
Mora o abraço mal dado da eternidade
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 03/03/2012
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3532111
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