Rabiscos de Sangue

Debruçado sobre a escrivaninha o bardo pranteia

Pingos no papel, rabiscos de sangue escreve.

Eloquentes palavras lhe vem hoje decair

Amargura como bruma na manhã escura cai

No vazio do tálamo o coração vagou a noite

Lembranças no infinito volveram até a morte

Numa chuva que não cessou suas lágrimas

Mas aconchegou o impávido adormecer

O alvorecer ainda não veio para os olhos exauridos

Derradeiros pingos da alma tornam rubro o alfarrábio

Os últimos escritos que contam o fim de uma história.

Naldo Martins
Enviado por Naldo Martins em 02/03/2012
Reeditado em 02/03/2012
Código do texto: T3530072