O Miserável
Miserável exposto ao nada
gira como um cata-vento,
á despertar ilusões.
A fome é a faca
de dois gumes
e o pão, seguimento infame. A A ermo se vai á grimpar,
expondo a espada á frente.
A luta é livre, no ergástalo
sombrio da mente.
Na ermida, atrás do morro,
há rima de cólera e dor.
Divina noite de estrela,
com negros traços do horror.
O pobre implora em segredo,
nada mais que a paz.
Nada mais que um nome,
nada mais que o amor.
Branca Tirollo