MUITO MAIS

Se fosse apenas, a profundidade do silêncio,
O meus olhos apensos - suspensos
Nas entrelinhas sombrias da madrugada.

Se fosse o ego perdido, propenso,
À lúcida loucura, o imenso
Vazio, o fastio, a alma desalada.

Se fosse a moldura da saudade,
A inquietude, a densidade
Sobre a minha pele desnudada.

Se fosse a comum fragilidade,
De uma mulher, a busca de identidade,
A via da realidade enviesada.

Eu suportaria, mas, não é, é muito mais,
É algo que me consome pelas marginais,
Me faz sentir uma poesia rasgada.

Mexe, remexe com meus sentimentos plurais,
É o meu corpo entregue aos anseios carnais,
Uma necessidade urente de ser amada.