A BEBIDA

Como o cálice amargo da tristeza

Bebida aos poucos como se quente fosse

Suspiro alegre, febril de um louco

Ambrosia suave do fruto

O futuro incerto do desgosto

Na garganta força a descida

E nutrido de graça o desamparo

Ameaça apenas de insatisfação

Como dizer até então

O nexo, a falta perdida...

Como sorver aos poucos a vida

Se a lucidez abstínia me procura

Porquê não dizer que é loucura

Saber do sofrimento como dama

Em cada passo conduzida

Toda sorte tem seu peso

Muitas vezes o que se tem por começo

É o fim de um mundo

E porquê não dizer que o insucesso

Com a ventura foi lançado.

jonnez
Enviado por jonnez em 24/02/2012
Código do texto: T3518191
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.