TAMBÉM HÃO DE ME SUPORTAR – 30/08/08

TAMBÉM HÃO DE ME SUPORTAR – 30/08/08

Passei a minha imagem

Deixei aqui e ali uma miragem

A todos ficou minha mensagem.

Fui humano demais

Não sabia da virtude

O meu limite.

Então, vi-me entregue

A mim mesmo.

Ao meu canto, só e silente

E perdoei.

Mas agora aqui

Vem à memória

Traços desta vida

Percorri

Tive pena de animais e gente.

“Tive raiva de muita gente.” (Milagre)

Cai na rede do passarinheiro

Ergui prece a Deus primeiro

Denunciei o contraditório

Paguei pelas noites sem sono

Com medo de meu paradeiro.

E todos me suportaram

Suportaram meus defeitos

Riram de minha atividade

Torceram pela minha fatalidade

E eu dei a volta por cima.

Ah, essa tendinite

Olho o crucificado

Aqui deitado

De repente, a dor

No ombro esquerdo.

Eu lerdo e quieto

Vejo o mundo

Vejo o dolorido

Esfrego os olhos

Turvos

Indignado

Com a falta de ética

Com os que tanto lutam

Pelo de cada dia

Sem que eles consigam

O valor que merecem

Na hipócrita sociedade.

Estou, aos poucos, aqui

Cruficado. Olho para meu

Mestre –servo. Eu sou bicho da terra.

De ignota floresta.

Agora, deixei a pomba no céu.

Ferida, ela está na sombra do chão.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 19/02/2012
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