Apagado

Jogado em um rio

Ensanguentado...

Meu coração sente a morte chegar

e ameaça parar a qualquer momento

As lembranças já partiram para um lugar melhor

O medo desistiu de me atormentar

A coragem pegou um trem para lugar nenhum

E eu aqui, parado, sozinho a chorar

Lá, lá no céu em um azul maior

Um brilho tão puro vem me cegar

Vozes do além dizem-me não

Enquanto rastejo em busca de um coração

A dor é dilacerante

O peito se planta em carne viva

- Chegou a hora

é tudo o que consigo pensar

Fecho os olhos a procura de um fim

O vento vem a me tocar

leve um pouco do meu medo consigo

E me faça em meu pranto calar

Abraço meu ar

Tentando encontrar forças

para encontrar maneiras de rastejar

Até o labirinto dos meus sonhos

E com amor descansar

Existem dois meios

Um começo e um fim

Eis um coração em pedaços

Destroçado por um amor sem fim

Ouvi dos céus que um anjo vinha a cair

Mas só tempestados romperam do céu

O silêncio morreu no cálice amargo do fel

E o beijo doce da morte rompeu as barreiras do irreal

Abrace-me forte e diga que nada é real

Arranhe-me a face e grite comigo

Beije-me a boca e me faça te amar

Soque-me o rosto e me faça cair

Nada é suficiente

quando não se sabe o que quer

Destroços vagam nas sombras

O medo vem acalhar

Quando o remorso em meio a glória sangra

O frio vem sempre acalmar

E o fogo que no peito grita

Sem um coração há de apagar...