*SILENCIOSAMENTE*
*SILENCIOSAMENTE*
Sofrendo silenciosamente,
Ergo o meu sorriso fingido
Porque ainda é proibido
Obedecer à nossa própria mente...
Aguento a dor, calada,
Esperando um dia o fim
De tudo isto que arde em mim,
como se estivesse aceso, mesmo estando apagado.
Consome-me este anseio de fugir daqui,
Esta vontade de esvair-me de ti
E de deixar-te ir, como uma pena solta na ventania
e sem a esperança de, algum dia,
a minha alma tocar na tua, de novo.
Ah... Como era bom que o sonho fosse eterno…
Que eu permanecesse sempre dentro do teu coração, como imortal.
Que nunca me deixasses cair nesta escuridão,
Que, para mim, é muito mais que fatal…
Corre dentro de mim um viscoso rio de amargura
Que coexiste com o meu amor em fervura,
E mantém-me num constante impasse de optar
Entre amar sofrendo ou deixar de sofrer, morrendo…
A cada dia, vai-se mais um pouco de mim
E eu, na resignação do meu desaparecimento,
Já não tenho força para lutar
E sinto-me partida por dentro…
Por que teimas em ser assim?
Arde-me o peito e dói-me a alma
Sempre que fecho os olhos sinto-te aqui…
Sempre que recordo as vezes que contigo sorri…
Respiro fundo, tentando manter a calma…
Não consigo… porque tu ainda vives dentro de mim…
e eu estou ainda em ti, sem bilhete de retorno…
PAULA.