O pássaro negro
O pássaro negro
Hoje ao cair da tarde vi um pássaro a me sondar,
com seu canto rouco e triste parecia me agourar.
Tive frio e arrepio quando vi seu mal cantar...
Os seus olhos cor de prata me falavam coisa estranha
que não quero me lembrar.
Dizia-me que era hora, do meu tempo terminar...
Não me iludo, já não creio que a morte
possa vir em um dia tão escuro,
para os tristes distrair.
Ela é má, só vem de dia
quando os homens querem rir...
Ah! Ilusão da vida boa
que à toa passa em vão,
não me presta a este mimo
quero ter o meu quinhão...
Você pensa que me engana com a sua má feição,
se passando por descuido do prelúdio da canção,
da canção da vida triste que distrai o coração...
Podes vir quando quiser,
não me perco em devaneios ou em belos sonhos,
sou cônscio da minha estrada,
de onde posso pernoitar,
seja em casa ou no relento
meu intento é descansar...
Evan do Carmo