Prisioneira
Maria Tomasia


Jogaram-me nesta prisão
e não sei por que razão.
Grito e ninguém me escuta;
a solidão é absoluta!
Estou faminta e com sede,
e só vejo uma úmida parede.

Atrás das fortes grades de ferro,
onde ouço o meu próprio berro,
acorrentada, sem movimento,
resta apenas o lamento
por ter uma vida sem amor,
somente de sofrimento e dor.

As mentiras em que me fizeram crer
eu jamais irei esquecer.
Fui julgada, condenada,
e nesta imunda prisão jogada.
Defender-me não me consentiram
e todos os que eu amava fugiram.

Lá fora o sol deve brilhar.
A noite, quiçá seja de luar.
Até quando, meu Deus do céu,
terei que viver ao léu?
Rogo-te: tem dó de mim,
não me deixes sofrer assim!

RJ 08/02/12

 
Maria Tomasia
Enviado por Maria Tomasia em 12/02/2012
Código do texto: T3494258
Classificação de conteúdo: seguro