DESATINO DA DOR

O impacto do abalo que me quer abalar.

Acato o acaso insistente, tento condensar.

Abandono antes de ser abandonada,

Fico anestesiada, na tentativa de abrandar,

O desaponto que desponta e quer me aprontar.

Desencanto me traz o canto, canto para não desabar,

Coração maltrapilho, andando fora do trilho,

Matando a juventude que parte sem direção,

A bela virou fera com feridas abertas.

Momentos encobertos por um sorriso discreto.

A dor dilacerante não partiu, já fiz suas malas,

Vá embora não aceito figurantes na minha vida.

A minha pele é uma armadura, das desventuras,

Uso como escudo de proteção, das saudades

Que invade meu coração sangrando de paixão.

Razão foi-se embora, dispensou explicação,

Liberdade é meu aprisionamento emocional

Cárcere das minhas cicatrizes que enraizaram.

Neste zig zag, vou deixando minha marca.

As dores são minhas, tenho que acomodá-las.

Sou capaz de velejar no mar da esperança,

Cultivo bons pensamentos navegantes.

Viajo na alegria de encontrar minha paz.

Escuto a voz do meu interior que diz:

Aprenda a perder e ganhar sem reclamar.

Então saio em busca de outros encantos,

Encontrei um passarinho no ninho,

Cantou uma linda canção de ninar,

Cansada adormeci, acordei com o luar.

Marta Cavalcante Paes
Enviado por Marta Cavalcante Paes em 11/02/2012
Reeditado em 11/02/2012
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