DESATINO DA DOR
O impacto do abalo que me quer abalar.
Acato o acaso insistente, tento condensar.
Abandono antes de ser abandonada,
Fico anestesiada, na tentativa de abrandar,
O desaponto que desponta e quer me aprontar.
Desencanto me traz o canto, canto para não desabar,
Coração maltrapilho, andando fora do trilho,
Matando a juventude que parte sem direção,
A bela virou fera com feridas abertas.
Momentos encobertos por um sorriso discreto.
A dor dilacerante não partiu, já fiz suas malas,
Vá embora não aceito figurantes na minha vida.
A minha pele é uma armadura, das desventuras,
Uso como escudo de proteção, das saudades
Que invade meu coração sangrando de paixão.
Razão foi-se embora, dispensou explicação,
Liberdade é meu aprisionamento emocional
Cárcere das minhas cicatrizes que enraizaram.
Neste zig zag, vou deixando minha marca.
As dores são minhas, tenho que acomodá-las.
Sou capaz de velejar no mar da esperança,
Cultivo bons pensamentos navegantes.
Viajo na alegria de encontrar minha paz.
Escuto a voz do meu interior que diz:
Aprenda a perder e ganhar sem reclamar.
Então saio em busca de outros encantos,
Encontrei um passarinho no ninho,
Cantou uma linda canção de ninar,
Cansada adormeci, acordei com o luar.