Ofício da espera
Venta-me triste a tua imagem
nas altas terras do pensamento,
quando nem mesmo sei onde estás.
Apenas creio que teus passos são estes
e se não forem, apenas penso que são.
Na dúvida que seqüestra o coração,
estrangulada razão raia-me o juízo.
Evidente prejuízo de comoção
traz a imprecisão do sabor,
desgosto na distância que degusto.
O temor me espia pela fresta
nesta noite, sempre noite,
enquanto reviro esperanças
no ofício da espera.