POEMA MUDO


Hoje, não encontro palavras para
compor minha poesia,
por mais que eu tente não consigo alcançá-las...
As palavras decidiram conspirar contra
meus pensamentos,
resolveram me abandonar...
Minha inspiração bate de frente com
esse silêncio sepulcral, torturante, massacrante,
que, como uma parede de concreto
não permite a passagem de um
raio de sol, sequer.
Como eu gostaria de compor um poema...
De falar da beleza e do perfume das flores,
do frio da madrugada, das gotas de orvalho,
de crianças felizes ou tristes...
De poder em meus versos falar de amores,
de alegrias ou de dores também...
Construir um poema que celebrasse a vida,
os desafios, as conquistas, as vitórias...
E até falar de derrotas, elas fazem parte do cotidiano, ninguém vive só de vitórias!...
Mas não! Meu poema hoje embriagou-se,
envenenou-se de silêncio, irresponsável,
tornou-se ébrio, e o resultado é tão somente
este poeminha sem sentido... mudo!...
Isis Dumont
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 10/02/2012
Reeditado em 10/02/2012
Código do texto: T3492037
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