PALAVRAS , POESIA E TRISTEZA

Não quero saber do contexto de teu texto

Para que dessa análise não surja procelas

Hoje não sei por onde latejam tuas emoções

Desconheço o alvorecer de tua existência

O teu momento não se mostra atemporal

E talvez não tenha havido certa ruptura

Ao que concerne aos limítrofes do passado

Não drunfarei minhas emoções para não ver

Ou procrastinarei o que há sob o véu de palavras

E o significado de tuas dúbias e esquivas vertentes

Qual o signo a decifrar em teus versos híbridos

E o seu efeito soporífero em minha interpretação

Onde o lócus do gene dessa disforme informação

Palavras vicejam do ventre de quem as escrevem

Não surgem do limbo de um opróbrio impensado

Nem do vácuo de madrugadas infecundas

Palavras são as realidades que habitam em nós

E pulsam em cada sílaba em cada verso ou rima

O que se escreve advém do que em nós transpira

A idéia pode sim surgir de algo não pensado

Mas nunca irá surgir do que não nos sublinhe

Pois no sublime ato de escrever nos desnudamos

E mostramos o que muitas vezes escondemos de nós

Ela sempre será ponderável límpida e real

Mesmo quando repleta de reticências marcantes

Ou de pontos finais infindos dentro de nós mesmos

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 08/02/2012
Código do texto: T3487672
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