Desventura de quem ama
Em busca da felicidade (há tempos) ando
Sem saber na vida sua essência,
Sem conhecer seu sabor, nem mesmo quando
Sentirei, enfim, sua existência.
Vinte anos vividos... Como é triste
Fingir que o sorriso é verdadeiro!
Tamanha é a tristeza que me existe,
Que o dia parece o derradeiro.
Na imensa solidão que me tortura,
Peito cravado, meu Deus! Dor que não finda...
Preces faço, cheio de amargura
Com a pouca fé que trago ainda.
Nada mais me resta... Tudo me apavora!
E lentamente em mim, a mágoa se derrama...
Comprovando o desespero de quem chora,
Comprovando a desventura de quem ama.