VIA CRÚCIS




Estou distraída nesta manhã clara...
Caminho, converso, vejo a paisagem,
Mas no meio desta minha pequena viajem,
Eis que vejo uma figura triste e não rara..

Numa parede assim encostado,
Coberto com um pano muito escuro,
Não lhe vejo o rosto, ele é obscuro...
Só percebo que está ali deitado.

Um andarilho, um pária, um ser,
Sem família, sem chão, assim a sofrer...
Envolto apenas num manto cor de vinho.

E uma imensa pena surge em meu ser:
Porque um humano está assim a padecer?
Porque esta Via Crúcis, este caminho?




Hoje passei novamente no local e o andarilho não estava mais lá.
Havia deixado no canto o tal manto, observei:
é uma cortina velha  de veludo sintético.




( esta imagem de Jesus, busquei no google, deixo assim 
com Jesus sorrindo, não quiz colocar uma imagem dele com
sua Cruz, já basta a visão que tive hoje pela manhã)



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             AGRADEÇO A LINDA INTERAÇÃO

            A REALIDADE
                   Christiano Nunes
                           ( por e-mail)

 
 
Andando na cidade de repente
Vejo  alguém deitado sob a marquise
Cuidando – se pra que ninguém o pise
Porque ali é passagem de muita gente.

 
Olho pra aquele ser ali sozinho
Que com grande tristeza olha pra mim
Com gestos me pede algo, mas enfim
Ignoro e prossigo pelo caminho.

 
A pobre criatura, só quer viver
Mas não a socorrem, e ela continua
Não tem um copo d'água pra beber.

 
Quando voltei, vim pela mesma rua
Pensei naquela pessoa socorrer
Mas já estava morta e quase nua.

 
              

 


Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 07/02/2012
Reeditado em 08/02/2012
Código do texto: T3486195
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