Memórias de um morto-artista
Memorias de um morto-artista
Entre o chocar de minhas ideias
e os passos que virão adiante
silêncio de uma mente viva
quente sob o inferno de Dante
Aos 18 banho de luz inocente
refogado de inocência e ira
futuros beijos de saudade
tato das mãos que outrora traíra
Sucessivas mortes é enredo de versos
desconhecidos artistas em forma de manifesto
Vários tumultos de sentimentos vagos e vazios
Em paredes de sonhos, santos e olhares baldios
Tantas mudanças escavacam as entranhas
e um morto artista que nunca nasceu
Paisagem de solidão em tom perecível
Sabotagem e agruras, desprezo de astral
Punhais de chuva cravejam tímpanos surdos
Passos de silêncio em olhares de cegueira
Um artista morto vomita asneiras
Pigarros do cigarro em finas palmas de areia
Gerações e frutos nunca em terra seca germinam
Na água turva do destino, amor verdadeiro não gera
Que destino cruel e insípido, que nem mesmo o sol clareia
para uma carreira enterrada.
Ao ressoar da mais fina harpa
e o vento do Arquiteto entre as folhas de acácia