A DOR DA MORTE LENTA
Quanto mais envelheço, mais meu corpo arde
E minha alma chora os erros do passado.
As dores insuportáveis das enfermidades rasga-me a carne
Jogando-me num cárcere hospitalar.
Este mal incurável que me abate é o prenúncio da morte lenta
Invadindo todo meu ser com este terrível sofrimento.
O remorso, arredio dos meus sentimentos,
Agora consume minha mente impondo-me um amanhã de incerteza.
Quando saudável,
O prazer de mostrar-me arrogante diante dos desafortunados
Enchia-me o espírito de vaidade e meu ego explodia de superioridade.
Hoje, devorado pelo vírus das enfermidades,
Sinto-me rejeitado, imprestável, um ser inútil.
Meus sentimentos torpes e fúteis eram escolhas de minhas vontades
Para satisfazer o ego de meus desejos.
Agora, as lembranças do passado
Impôe ao meu espírito a tortura dos culpados
E a certeza de que minhas faltas irão comigo para resgate na eternidade.