O CHORO
Eu sou o que não posso ver:
o inalcansável, infinito, ilimitado.
Sou o que não posso crer:
Sou alma pura, mas de pés cansados!
A fé crescente no meu Criador;
Criatura doce de amarga vida.
Sou protesto intenso a qualquer dor;
Entre belas rosas, sou margarida!
De rasas raízes, mas de adubo bom,
semeando sonhos me ponho a dormir,
dando adeus a dor em suave tom...
O que sou agora te faz refletir,
mas te dar certeza não é o meu dom.
Já te fiz chorar, mas a dor maior eu chorei por ti!