PORQUE É DA SUA NATUREZA...
Pegou suas pernas
e as carregou
pesos mortos
partes de um todo
esquartejado na alma
Às costas
o velho fardo
que não tem destino...
Pegou seus braços
e quis quebrar
as mãos
pra nunca mais
a trairem
em gestos
descabidos
Pegou as lembranças
e amassou
como papéis usados
Quis queimar
os velhos retratos
que engolira pela vida
e agora regurgitava
como comida
ruim
Quis cortar as amarras
dessas tramas enganadoras
ficar à deriva
nos ventos de fugir
Agora, outra vez
só ela e seus
intermináveis
pesadelos!
Roubem- me
a força
a voz
o gesto...
para que jamais
eu possa
reincidir!