O VENTO

Minh'alma lacrimeja

gotas de sangue

enquanto espera solene

o sonido estridente

sinal de sua presença

na distância do tempo

Ele não chega...

e a calma ensurdecedora

no ar se alastra

com a dor que sangra

a saudade que mata

tortura que afaga

o fel que se prova

tem sabor de veneno

Lembranças se achegam...

imagens caladas

palavras murmuradas

gestos amenos

carícias roubadas

langor sussurrado

Corações que se amam

entorpecem o âmago

fechando as feridas

que o vento deixou

O vento inimigo

viaja perdido

se foi pra bem longe

causar dissabores

além do horizonte

Porém de repente

num gesto imprudente

cruel vendaval

insiste em voltar

trazendo consigo

as marcas severas

feridas abertas

que fazem chorar

Ah! vento malvado

impiedoso passado

que quer me afogar

num rio de lamentos

de prantos e mágoas

saudade infinita

do rosto do mar.

Não deixe que o vento

terrível rebento

torne a me machucar

Mande-o embora

que vá sem demora

agora, pra sempre

e não ouse voltar.

Linda Morais
Enviado por Linda Morais em 04/02/2012
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3479099