Vontade de chorar
Vontade de chorar
Ou quase de sumir
De nunca mais estar por aqui
Querer desabar
Sem mais reconstruir
Estar no chão e de lá não sair
Eu não quero dizer
Coisas que eu não sei
Ao certo se valem a pena
Eu não quero voltar
Praquilo que eu fugi
Não quero um drama de cinema
Eu só quero dormir
E descansar
Não mais sonhar
Nem me iludir
Eu já cansei
De esperar
Milagres que não
Vão surgir
E eu não sei direito
Se é verdade o que sou ou sinto
Se é que eu minto
Por que minto?
Num minuto já nada existe
E é tão triste
Que nem sinto
A distância
A ausência
Ou o pecado
E o que é errado
Quando não existe mais
O conhecido
“referencial”?
Se eu não sei qual o caminho
Que me leva pro destino
Eu só sigo uma estrada
Que me mantenha distante
De um final não feliz
Eu acho que isso é o que quis
Talvez eu nunca revelei
Mas eu soube
Sem saber
Que um dia alguém eu ensinei
Com palavras sem certeza
Com olhares de destreza
Como alguém que descobria no momento
Uma revelação
Como algo anunciado
Proclamado e exaltado
Em todos os cantos
Dizia e pregava
Aquilo que nunca acreditei
Que nunca tentei
Que nunca provei
Que nunca gostei
Que nunca perguntei
Que nunca vivi