Vontade de chorar

Vontade de chorar

Ou quase de sumir

De nunca mais estar por aqui

Querer desabar

Sem mais reconstruir

Estar no chão e de lá não sair

Eu não quero dizer

Coisas que eu não sei

Ao certo se valem a pena

Eu não quero voltar

Praquilo que eu fugi

Não quero um drama de cinema

Eu só quero dormir

E descansar

Não mais sonhar

Nem me iludir

Eu já cansei

De esperar

Milagres que não

Vão surgir

E eu não sei direito

Se é verdade o que sou ou sinto

Se é que eu minto

Por que minto?

Num minuto já nada existe

E é tão triste

Que nem sinto

A distância

A ausência

Ou o pecado

E o que é errado

Quando não existe mais

O conhecido

“referencial”?

Se eu não sei qual o caminho

Que me leva pro destino

Eu só sigo uma estrada

Que me mantenha distante

De um final não feliz

Eu acho que isso é o que quis

Talvez eu nunca revelei

Mas eu soube

Sem saber

Que um dia alguém eu ensinei

Com palavras sem certeza

Com olhares de destreza

Como alguém que descobria no momento

Uma revelação

Como algo anunciado

Proclamado e exaltado

Em todos os cantos

Dizia e pregava

Aquilo que nunca acreditei

Que nunca tentei

Que nunca provei

Que nunca gostei

Que nunca perguntei

Que nunca vivi

Lua Minguante
Enviado por Lua Minguante em 15/01/2007
Código do texto: T347864
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