MEMÓRIAS TARDIAS

Quando foi?

Quando foi que, aquela criança que por nove meses carreguei com alegria, se perdeu?

Quando, o seu sorriso levado de menino alegre, apagou?

Em que tempo, seus carinhos foram deixando de ser?

O que fingi que não vi enquanto o tempo me era favorável?

Quando te poupei em nome de um sentimentalismo qualquer que pensei ser amor?

Não lembro o dia em que seu olhar deixou a poesia...

Não consigo recordar a primeira noite em que notei sua ausência...

Foi tudo tão rápido...

Sim... Acho que os vizinhos reclamaram.... Julguei ser implicância...

E as inúmeras cartas da escola que simplesmente ignorei em nome da convivência?

Até que me lembro do dia em que te disse um não... E você fingiu que não ouviu.

Hoje, descortino sua realidade, onde uma grade nos separa.

Seu olhar fixo no chão, desafia o amor que insiste em me trazer aqui.

Não consigo falar, além do olhar, que insiste em ver, além do vulgo que te chamam... O meu bebê.

Nota do autor: Uma singela homenagem às mães dos "vulgos" que não podem voltar no tempo.