SINFONIA DE DORES PUNGENTES
Ecoa a dor das horas mortas,
Solando acordes merencórios,
Frementes, vis e pavorosos,
Num jeito insano qu'incomoda...
Eu choro, choro, no tormento
Da dor extrema que asfixia;
Minh'alma trágica, sombria...
Que sempre canta seus lamentos!
Ai, dor! Que dor o peito sente!
Soluça e geme a pobre alma
Co'a dor que mina sua calma
E sola versos inclementes!
Ó, Alma triste e deformada!
Por que sofrer tanta agonia?
A noite traz melancolia
À alma tão inconformada!...
Exímia dor! Ó, dor sinérea!
Plangente dor, harmoniosa!
Pungente dor, audaciosa!
Tu és sonora e etérea!