Tormenta
Escuridão liquida nas veias,
São mil beijos de miséria em rostos esqueléticos,
É a ferrugem que toma os ossos,
Os dias se tornaram longos demais...
Assassinatos de todas as virtudes, dentro de fracos de carne,
Que chamamos de corpo, que estão tão vazios para conter alguma vida,
Não é só dentro de mim, não é só dentro do meu mundo...
Está sangrando pelos olhos dos santos e dos ladrões...
Que me roubaram o destino...
As mil vozes dentro do inferno,
Comemos as vísceras dos dragões que matamos,
Num mundo cheio de treva, a luz agoniza e treme,
É a guerra dentro da minha tormenta,
São mil tormentas dentro dos meus diamantes de sangue...
Quando compaixão é o prólogo para a o réquiem,
São sinfonias em chamas, são canções do diabo,
Lambidas ofídicas no meu pescoço que esperam apenas para inocular,
Toda a dor do mundo dentro de uma gota de neurotoxina,
Que paralisa a alma, que paralisa a voz...
E impede de gritar, impede de viver.
Tornados dentro de minha alma, que não acalmam,
A lepra que consome meu espírito,
Quando a morte vem em nuvens,
Nuvens de desesperança,
Nuvens de ressentimento,
É a morte que vem por cima,
É a morte que vem por todos os lados...
É o destino...
E o destino do leproso é morrer despedaçado..