INOCENCIA
Pobrezinha sem nada, suja, pela rua,
no afã de que chegasse a noite para ter
no aconchego do escuro o sorriso da lua
e do sopro do vento cantos de ninar.
Parou numa Igrejinha na beira da estrada,
de mãos postas em sinal de oração, ajoelhada,
na inocência de um anjo cheia de esperança,
Pediu: - “Hoje, Senhor, é o dia das crianças;
sendo criança este é meu dia também;
Quero como presente uma cama quentinha
e as histórias bonitas de minha mãezinha”.
E a noite caiu... E ela sozinha sem ninguém,
na calçada dormia feliz pôr achar
Que de sua mãe ouvia tão doce cantar.