ANGÚSTIA ATROZ
Hoje me sinto como um errante áscio
Como um triste e torturado poema
Vejo o devaneio dessas frases vazias
Com meu olhar apócrifo e exânime
Meu sonho transmuta-se em pesadelo
Transformado em minudente angústia
Auscultado por minhas indagações
Quando sinto o revérbero da distância
Bem como o abismo a repristinar-se
No palor de minha triste face
Em meus ignaros e inocentes erros
Mas sei não ser trânsfuga o destino
Quando dúctil é o elo em mim forjado
Pelo transunto laço desse caminho
No tempestuoso adorno das dúvidas
Temo a perfídia do que não controlo
Pois inerme no leito da incerteza
Minha alma aprisionada no espelho
Refletindo invisível e real imagem
Junto ao lacônico e impiedoso tempo
Que margeia toda orla de minha vida
Mas não me desvirtua de meu objetivo
Pela ignescência dessa uma essência
Vejo-me Exsurgir em teu vasto espaço
Na estocástica de tuas dimensões
No lúbrico terreno angurriado
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