ANÁTEMA
Quisera eu ser apenas vento
Levando a brisa que vai adiante
Para colorir todo vão momento
Como furacão de um breve instante
E como réquiem de ventania
Eu veria o sangue estancar nos risos
Transcendendo a luz de cada dia
Diluindo a cruz em vãos precisos
E estes ventos nos quais habito
Dançariam, céleres, ao som da vida
Desenhando o esboço do infinito
Como grito mudo de um suicida
Ah, eu seria apenas vento
Em todo momento que transcenderá
Esta cruz opaca de pensamento
Nesta luz perdida entre terra e mar.
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